Placas de Vídeo no Linux: porque eu uso Intel

Durante muito tempo usei AMD pelo custo-benefício. Cheguei a ter um AMD64-X2 com placa ATi. Um certo dia, em 2007, resolvi testar o Intel Dual Core, com uma placa Intel. Eu lembro que não atualizei a placa de vídeo (só usava NVidia na época) porque era cara e eu queria uma placa com saida DVI. Gostei tanto da placa on-board que nunca troquei pela NVidia mas por outra placa-mãe, que implica em trocar processador, memória, fonte, etc.., com placa de vídeo on-board e saída DVI.

A vantagem do Intel é que os drivers já estão embutidos no kernel e recebem o apoio da empresa (o mesmo acontece com os drivers de placas de rede sem fio, etc.). Em resumo, é ligar e usar, e a cada atualização a coisa fica melhor. A distribuição ArchLinux é excelente para quem quer usar tudo da máquina e não se importar em consertar problemas que apareçam por usar versões frescas atualizadas de drivers e pacotes. O que eu fiz foi usar o KMS (kernel-mode-setting) que representa a mudança do ajuste do modo de vídeo para o kernel, ao invés de aplicações (X e framebuffer). Sem entrar em detalhes técnicos, isto representa: boot mais rápido, carregamento do X mais rápido e melhor performance, inclusive no modo console. De quebra, dá para testar a aceleração UXA e o novo modo DRI2. Fiz tudo isto e ficou sensivelmente mais rápido, principalmente o carregamento do X e o desempenho do Compiz. Alguns vão querer benchtests, mas só faço benchtests quando eu não consigo sentir muita diferença, e não é o caso. Se seu Arch Linux roda o último Xorg (1.6.1-1), o driver da Intel mais novo no extra (2.6.3) e o kernel 2.6.29, você é um forte candidato a aproveitar estas novas características. Apesar de relatos diferentes na internet, eu não tive qualquer problema de estabilidade.

Vamos ao trabalho. Minha placa de vídeo

$ lspci | grep VGA
00:02.0 VGA compatible controller: Intel Corporation 82G35 Express Integrated Graphics Controller (rev 03)
Meu /etc/X11/xorg.conf completíssimo, com suporte ao tablet e teclado brasileiro:
$ cat /etc/X11/xorg.conf
Section "DRI"
	Mode 0666
EndSection
Eu adicionei esta seção porque eu tinha esta saída do glxinfo
$ glxinfo | grep OpenGL
...
OpenGL renderer string: Software Rasterizer
...

Meu modprobe.conf (adicionei a última linha)

]$ cat /etc/modprobe.conf
#
# /etc/modprobe.conf (for v2.6 kernels)
#
alias net-pf-10 off
options i915 modeset=1
As linhas modificadas no /etc/mkinitcpio.conf
$ egrep  "(MODULES|FILES)" /etc/mkinitcpio.conf | grep -v "^#"
MODULES="intel_agp i915"
FILES="/etc/modprobe.conf"
Rode como root:
mkinitcpio -p kernel26
Veja que beleza: apague aquele vga= que você tinha no /boot/grub/menu.lst. O framebuffer vai entrar na resolução nativa, sem precisar mexer em nada. Reinicie o sistema e curta sua “bleeding edge” Intel. Veja se tudo realmente carregou mais rápido. Você pode conferir o uso da UXA e do DRI2 com o comando:
$ egrep "(UXA|DRI2)" /var/log/Xorg.0.log
(II) Loading extension DRI2
(II) intel(0): [DRI2] Setup complete
(II) UXA(0): Driver registered support for the following operations:
(II) intel(0): direct rendering: DRI2 Enabled
(II) GLX: Initialized DRI2 GL provider for screen 0
Eu sei que o glxgears não serve de benchmark, mas pulou de 500 para 850! Pode não ter um desempenho de uma NVidia ou ATi, mas me sinto seguro em saber que o fabricante colabora com o desenvolvimento do kernel.

Pode ser uma boa idéia ler os comentários deste post antes de se aventurarem: por exemplo, o Hamilton tem uma maneira mais simples de ativar o KMS. Caso o procedimento dê certo, deixe um comentário com o lspci da sua placa.