Este é um post que vinha pensando já há algum tempo. Eu tenho blogado pouco. Eu poderia alegar que é questão de tempo, mas se eu não tenho tempo para postar, por que os leitores teriam tempo para ler, ainda mais de 140 caracteres ? A questão é que estive envolvido com um monte de coisa por estes tempos. Algumas delas descrevo agora.
O lagartinho ao lado é que me inspirou: este bicho que vive nas costas da Austrália (tinha que ser), tem dois modos de reprodução (ovíparo e vivíparo). Como podem ver na figura, ela está grávida (vejam os pontos mais claros). Dependendo da região, opta por um modo ou outro. Enquanto ovos são mais vulneráveis aos predadores, o vivíparo exige mais da mãe, o que pode por em risco a prole como um todo. Este lagarto está sofrendo o efeito da evolução e está migrando de vivíparo para ovíparo (não o lagarto da foto, pois não é o indivíduo que sofre a evolução, mas a espécie). Este animalzinho não é o fóssil transicional que os criacionistas pedem, mas um animal transicional.
Note que em um dado momento, foi interessante ser ovíparo (apenas duas espécies de répteis ainda tem este comportamento dúbio). Agora é mais vantajoso ser vivíparo. O melhor é ter as duas opções e o que os cientistas descobriram é que mudar de estratégia de reprodução não é tão difícil assim.
Eu já coloquei aqui a instalação de Debian, Ubuntu e Arch Linux em Arch Linux no Sony Vaio TZ190N,LG R400: A quarta distribuição testada,etc. Agora instalei o Linux Mint e gostei bastante. A razão para retirar o Arch é que apesar de funcionar bem e ser leve e econômico, eu uso pouco o note. Quando ligava, após uns 15 dias desligado, tinha um monte de pacotes para atualizar. Agora minha configuração é a seguinte: meus servidores rodam Debian Lenny, meu desktop – que uso todo dia – roda ArchLinux e também as máquinas do cluster do grupo de Sistemas Complexos e o meu note esporádico usa LinuxMint. Nem vou colocar um post sobre a instalação porque foi fácil e quase tudo funcionou de primeira (tive que instalar o r5u87x para a webcam Ricoh). Tenho o melhor de três mundos nas minhas máquinas. Este é um exemplo de como a diversidade ajuda a evolução.
Este notebook foi usado pelo grupo ArduinRio, aqui na UFF, em Niterói. Foi um Hack&Beer que realizamos aqui. Eu fiz parte do grupo Kids, para quem estava começando. Como o grupo é diverso (físicos, engenheiros, advogados, designers, etc.), as discussões são extremamente interessantes. Eu participei de duas, dando um palpite errado sobre como o led funcionaria e outra menos errada, sobre como poderíamos fazer um led RGB piscar variando as cores continuamente, usando as funções seno e cosseno. Quando eu propus colocar estas funções para fazer o led piscar, eu ouvi: “Senta aí e programa isto então”. Parece que as funções matemáticas afastam os programadores visuais Eu ri porque já coloquei algumas vezes como sou contra a redução das disciplinas de Física para o pessoal da computação. Aliás, um animal transicional muito interessante esteve presente: Jon “Maddog” Hall. Professor de Engenharia, com interesse em História, etc. Adorou quando viu que ainda guardávamos as Digital Alpha, as fantásticas máquinas de 64 bits, revolucionárias na época. Este é um exemplo de como a diversidade ajuda a evolução.
Em resumo, é preciso ver outras saídas e não ficarmos especialistas. A diversidade aumenta a chance de sucesso no caso de mudança do ambiente. É por isto que acho saudável, experimentar distribuições e até sistemas operacionais, ser um animal transicional. tá… agora tô com um Mac.