Criacionismo na Europa

stop_following_me_creationist.jpg Que o criacionismo ainda resiste/domina nos Estados Unidos, eu já comentei. Que em alguns países da Europa, também domine (Turquia é o exemplo mais marcante), também não seria surpresa. Que políticos acreditem nele, é menos surpreendente ainda, embora o Conselho da Europa tenha decidido em 2007 “opor ao ensino do Criacionismo como disciplina científica em pé de igualdade com a Teoria da Evolução e, em geral, a apresentação de ideias criacionistas em qualquer outra disciplina que não a religião”. Esta declaração só foi aprovada após grande polêmica, devido ao lobby do Vaticano, segundo Anne Brasseur, do Comitê de Cultura, Ciência e Educação. O problema é que a revista Science, de 27 de fevereiro, mostra os resultados de um estudo realizado na Alemanha, Turquia e Reino Unido, onde foi observado que é grande a aceitação do criacionismo entre os atuais e os futuros professores de ciências (incluindo professores de Biologia). Por exemplo, 1228 alemães responderam a um questionário de 108 perguntas. 20% dos entrevistados achavam que a evolução funcionava como Lamarck sugeriu: as características são adquiridas durante a vida e passada aos descendentes. Menos de 30% conseguiram relacionar a evolução e seleção com o sucesso reprodutivo (ingrediente chave da evolução). O que eu achei particularmente interessante é que, segundo o estudo, o melhor preditor do criacionismo não é a religião mas o mínimo de conhecimento do método científico, isto é, não saber como hipóteses e teorias são formuladas, como isolar variáveis, estatísticas, etc. Na Turquia, 75% não acreditam na evolução.

A saída proposta para este problema, na Alemanha, me parece bastante razoável. Lá, o ensino religioso faz parte do currículo básico do primeiro grau. Evolução só é ensinada nos últimos anos do segundo grau (high school) e não é totalmente integrada ao currículo de Biologia. A proposta é começar o ensino de ciências o mais cedo possível, já que os estudantes chegam com as crenças criacionistas ao iniciar o estudo da evolução. Além de iniciar antes, aumentar a carga de ciências nos primeiros anos.

Pesquisa do Gallup, nos Estados Unidos:

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