Duas semanas com o Mac

Estou usando há duas semanas o Mac OS X Snow Leopard em um MacBook Pro 15”, i7. Sou um usuário Linux do tipo heavy-user: uso desde 1994. Sei programar e sei um tanto de administração de redes linux. Alguns amigos sugeriram que eu tentasse o MacOSX e eu fiquei curioso. Como a base é Unix não esperava ter problemas. Já adiantando o final da história: não sei se foi a propaganda que criou uma expectativa de facilidade de uso que acabou não se concretizando.

Esta questão é realmente polêmica: recentemente um post 5 Things I Miss From Linux When Using OSX em um outro blog, recebeu alguns comentários meio raivosos do pessoal do Mac. Um ex-Linux heavy user está há anos usando Mac, sem sentir saudades. Em um post antigo do Aurelio, eu tinha achado uma recomendação para quem passa do Linux para o Mac e, confesso, foi minha melhor referência. Infelizmente, perdi o link e nem achei no Google, mas lembro da principal recomendação: esqueça o Linux e pense diferente. Infelizmente não dá, preciso do Linux para as minhas simulações.

É possível que as minhas dificuldades tenham sido por inexperiência mesmo, mas não vou desistir, porque o preço da brincadeira é alto. Portanto, espero comentários de ajuda também.

Vamos aos pontos positivos:

  1. hardware e montagem realmente fantásticas. Ao contrário do meu adorado Sony Vaio, eu não toquei no touchpad enquanto digito. Isto é uma tremendo avanço para mim. Sim, eu configurei o touchpad no linux para desligar após um tempo sem uso, etc., mas não é a mesma coisa. O teclado e o touchpad (multitouch rules!) realmente são confortáveis e bons de usar. Ainda assim uso um mouse (explico nos negativos abaixo). O display então, nem se fala. Legal que deixo ele ao lado do Vaio e quando chego, o do Mac é preto e o do Vaio ainda tem uma luminosidade aparente.
  2. os aplicativos parecem ser para o usuário que quer que as coisas funcionem.
  3. o sistema é bastante estável. Só tive um problema no programa que grava DVD que deu crash e prendeu o DVD. Não foi muito fácil achar a combinação de teclas para destravar.
  4. o sistema é excelente na resposta. O meu desktop Linux i7, dá uns soluços de vez em quando, que não encontrei no OSX.

Apesar de serem enumerados poucos pontos, notem que estes são de grande importância. O que eu vi e aprendi nos fóruns que frequentei, é que maioria é bem impressionada com a facilidade de troca de informações com o iPhone, iPod, etc. Como eu uso Linux e Android (veja o post anterior sobre diversidade), não foi tão fácil, mas longe de ser uma experiência aterrorizante. Os pontos negativos serão em maior número e menores em importância (para mim):

  1. a queixa onipresente do Copy and Paste com o botão do meio. Sim, faz falta para um dependente químico como eu.
  2. sem o mouse, era difícil mover os arquivos dentro de uma mesma janela do Finder, principalmente se usamos muitos níveis de diretórios. O Finder (gerenciador de arquivos) não tem um Move, só um Copy.
  3. Gerenciador de pacotes: sim, instalei Fink, MacPorts, Brew, Bodega e assino o feed do CNET ( equivalente ao Freshmeat), mas é mais fácil pesquisar dentro do Synaptics ou usando o aptitude/apt-get ou mesmo o pacman e o site do Arch Linux.
  4. a integração com os pacotes do X não é completa: não consegui usar o drag-and-drop no Gimp, nem no Finder, nem no Chrome. Isto é realmente chato.
  5. os melhores programas não são livres e nem são grátis. Isto é realmente chato.
  6. se você procura nos sites do Mac, a maioria das notícias não são sobre desktops, mas sobre i* e estrelas ninjas do Jobs. A ligação da maioria do usuários com a Apple é mais forte que os usuários do Ubuntu, por exemplo.
  7. Tentei instalar alguns gadgets que tenho aqui: uma webcam que posso trocar as lentes e um microscópio USB, que já comentei aqui. O microscópio funcionou de primeira, para a câmera precisei baixar o driver gspca, velho conhecido de quem usa Linux. Não preciso dizer que funcionou melhor no Linux
  8. O mais chato: gravar um DVD de um arquivo avi (DivX) que baixei da Net. O iDVD não reconhecia, o QuickTime tocava o vídeo mas sem som. Dos vários programas que tentei, um deles faz uma abertura fantástica para o menu, com trechos do vídeo, mas não permitiu colocar legenda selecionável (é um documentário que pretendo espalhar) e nem divisão por capítulos. O Toast (que me foi recomendado) não aceitou legenda. Aí me disseram que a própria Apple recomenda um tal de Perian, que fez tudo funcionar. Queimei uns cinco DVDs sem ficar satisfeito, embora os menus sejam impressionantes (mas eu queria o filme).
  9. A integração com o Linux não foi tão amigável: estranhamente não encontrou uma das impressoras que usa o … CUPS. O MacFuse não funcionou a contento, embora o sshfs funcionasse direitinho. O SynergyKM funcionou legal, mas o QuickSynergy não. Como não existe um gerenciador de pacotes, cada um carregou sua cópia do Synergy, e aí o mais recente levou vantagem.

Em resumo, para mim, não é tudo isto mas é muita coisa. Espero fazer um outro post mais favorável em algum tempo, mas acho que as primeiras impressões são importantes.

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blog/entradas/duas-semanas-com-o-mac.txt · Última modificação: 18/Sep/2010 22:56 por tjpp
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